Alta Floresta - Segunda-Feira, 18 Nov 2024

Vacina bivalente é eficaz contra coronavírus original e variantes, diz estudo

Embora seja mais eficaz contra o coronavírus original, vindo de Wuhan, a vacina bivalente também combate variantes ômicron

Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Ana Luiza Figueiredo - olhar digital

imagem: M-Foto/Shutterstock
Um novo estudo brasileiro analisou a eficácia da vacina bivalente de Covid-19 que começou a ser aplicada no ano passado, mostrando que o imunizante é eficaz contra o coronavírus original e suas variantes, incluindo a ômicron. Ainda, especialistas dizem que o calendário de vacinação nos próximos anos deve se assemelhar ao da gripe, com atualizações na vacina para melhor proteger a população de variantes recentes.
Como o estudo da vacina bivalente foi feito
A vacina bivalente contra a Covid-19 induz a produção de anticorpos neutralizantes contra o coronavírus original (vindo de Wuhan, na China) e de suas variantes, incluindo a ômicron.

Veja como o estudo foi conduzido:

Segundo a Agência FAPESP, a pesquisa analisou a eficácia da vacina Cominarty Bivalente BA.4/BA.5, produzida pela farmacêutica Pfizer;
Para isso, pesquisadores avaliaram os anticorpos neutralizantes de 100 voluntários saudáveis de 16 a 84 anos, da cidade Barreiras, na Bahia;
Parte deles havia tomado três ou quatro doses de vacinas monovalentes da Coronavac (Butantan/Sinovac), Covishield (Oxford/AstraZeneca), Janssen e Pzifer. Todas eram baseadas no vírus original de Wuhan. Já outros também receberam a vacina bivalente como quinta dose, que contém proteção contra o coronavírus original e subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron;
Os ensaios de neutralização para testar os anticorpos usaram diferentes cepas do vírus: a original, ômicron, subvariantes FE.1.2 e BQ.1.1 (estas duas últimas dominaram o cenário brasileiro recentemente).
Eficácia da vacina bivalente
O estudo, publicado na revista médica Journal of Medical Virology, comprovou a eficácia da vacina bivalente. Ainda, mostrou que seu foco principal é o vírus original, dominante no início da pandemia, mais do que outras variantes.

Segundo os pesquisadores, isso já era esperado, porque o sistema imunológico conhece o coronavírus original há mais tempo, inclusive de outras doses da vacina.

Como será a vacinação contra Covid-19 nos próximos anos
Segundo o coordenador do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do ICB-USP, Luís Carlos de Souza Ferreira, a cobertura vacinal para o SARS-CoV-2 deve ser elevada se quisermos controlar um vírus com capacidade de transmissão como esta.

O estudo sugere novas formulações para manter a vacina sempre atualizada em relação a variantes novas, o que deve ser fundamental no futuro da política de vacinação.

As próximas doses devem levar em conta os vírus que circulam no momento e não mais os que desapareceram, para que a imunidade seja atualizada e reforçada de acordo com o cenário epidemiológico vigente, de forma semelhante ao que se faz contra o vírus influenza, da gripe.

Jaime Henrique Amorim, pesquisador visitante no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e coordenador do estudo
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