Poucos clubes no Brasil se tornaram centenários em atividade. Nesse 4 de janeiro de 2025, o Dom Bosco segue de pé, mas rebaixado para a Segunda Divisão. O clube que completa 100 anos de sua fundação nesta data surgiu em janeiro de 1925, ostentando o azul e branco e tendo o Leão como mascote, e teve sua origem uma ação chefiada pelo Padre Ricardo Remeter, depois sucedido por nomes como o do Coronel Caraciolo Oliveira (1961), que construiu a sede da Colina, seguido por Antônio Ribeiro Bastos, Roberto Abbot Castro Pinto, Alceu Francisco de Almeida, Renato Migueis Olavarria, João Barbosa Caramuru, Ana Maria “May” do Couto, Francisco Vilanova Filho, Joaquim Francisco de Assis, Homero Florisbelo da Silva, Antônio Gonçalo Souto de Arruda, Cláudio Coelho Barreto, João Neves, o folclórico Lino Elcidio Belmonte de Miranda, João Bosco Dela Monica, Paulo de Campos Borges, Álvaro Scofaro, Adbar da Costa Salles e nos dias atuais, novamente por Scolfaro.
Foi Scolfaro, ex-dirigente do time chamado de “Academia”, nos anos 70, com craques como Adilson, Bargas, Gonçalves, entre outros, que décadas mais tarde resolveria na Justiça a pendência das dívidas intermináveis do clube.
Otmar de Oliveira
Sede do time está em total abandono
Acionado por ex-funcionários e atletas, o clube corria o risco de perder seu maior patrimônio, a gigantesca sede do Morro da Luz -uma área de 14 mil m2 -hoje completamente abandonada. Ao renegociar as dívidas com o INSS, Scolfaro salvou o clube, mas não o futebol. Desde então o time vem a duras penas tentando se manter na elite do futebol regional, até voltar a ser rebaixado em 2024.
Outra medida importante tomada por conselheiros do clube foi a criação da ALECO Associação dos Leões da Colina. A entidade surgiu para administrar o futebol profissional e evitar que o patrimônio voltasse a ser ameaçado. Entre seus administradores estão os conselheiros Paulo Emilio, o advogado Geandre Bucair e Fábio Assis, neto do ex-presidente Joaquim de Assis. A frente do futebol os irmãos Romildo e Valdemir Silva.
Memória
Sua estreia no Campeonato Mato-grossense aconteceu em 1943, numa goleada de 5 x 1, imposta pelo mais novo rival da época, o Mixto; surgia ali o “Clássico Vovô”.
Ao longo de sua trajetória o clube teve momentos de glória, a começar pela inédita exibição no Maracanã, com o primeiro clube de Mato Grosso a atuar no maior estádio do Mundo. A partida foi disputada em 29 de abril de 1970. O ‘Leão‘ enfrentou o São Cristóvão e empatou em 1 a 1. Em 1977 foi o 62º colocado no Campeonato Nacional, em 1978 subiu para 31º lugar e em 79 foi o 32º.
e 1977 a 1979 o Dom Bosco teve o melhor time de todos os tempos. O time que encantou os mato-grossenses tinha Mão de Onça; Tuca, Ailton Silva, Valter Silva e Zé Maria; Roberto Dias, Edu, Fidélis e Barga, Gonçalves, Juju, Adilson e Veiga. O técnico era Roberto Pinto, depois sucedido por Orlando Peçanha.
Na história do Estadual pós-divisão tem apenas um título, conquistado em 1991. Em 2006, amargou o primeiro rebaixamento para a Segunda Divisão. Mas, por decisão da Federação Mato-grossense de Futebol, o campeonato da divisão de acesso não foi disputado e o Azulão foi mantido na elite, assim como o Sorriso Esporte Clube, que também fora rebaixado no ano anterior.
Depois de outra campanha pífia em 2007, quando o clube terminou o campeonato na última posição, o Dom Bosco se licenciou, só voltando ao futebol profissional no ano de 2014, quando o clube ganhou o campeonato da segunda divisão de forma invicta.
