Alta Floresta - Sábado, 16 Nov 2024

“Monstro” que produziu erupção solar recorde se afasta da Terra – mas, será que pode voltar?

A mancha solar denominada AR3664, que já tem quase 200 mil km de ponta a ponta, não está mais direcionada à Terra; mas, ela pode voltar?

Flavia Correia I OlharDigital

Representação artística de uma erupção solar ejetando plasma em direção à Terra. Crédito: Jurik Peter - Shutterstock

Após produzir numerosas erupções extremas nos últimos dias, com grande parte delas disparando jatos de plasma em direção à Terra, um monstruoso agrupamento hiperativo de manchas no Sol está se movendo para longe das vistas do nosso planeta. 

Conforme noticiado pelo Olhar Digital, essa região, denominada AR3664, já se estende por quase 200 mil km de ponta a ponta. Isso quer dizer que ela está cerca de 15 vezes mais larga que a Terra, podendo ser vista facilmente usando óculos de proteção de eclipse. 


Até terça-feira (14), essa área do Sol já havia disparado oito erupções de classe X (tipo mais forte) em uma semana, sendo a mais poderosa delas uma X8.7 produzida às 13h55 (pelo horário de Brasília).

A explosão X8.7 tornou-se um evento histórico, sendo a 17ª maior erupção solar já observada e a mais potente do atual ciclo solar. Depois desse episódio, a região AR3664 produziu um surto X1.2, um X3.5 e um um X2.9 – com este episódio mais recente ocorrendo com a mancha já virada para outro lado.


É possível que a mancha solar AR3664 se volte para a Terra novamente

De acordo com o site Space.com, as grandes explosões que eclodiram daquela área no fim de semana foram acompanhadas por ejeções de massa coronal (CMEs), jatos que lançam enormes nuvens de plasma solar atravessando o espaço. Como a mancha solar estava voltada para a Terra na época, essas CMEs atingiram o planeta, sobrecarregando as auroras e causando apagões de rádio e de sinais de GPS em alguns lugares.

Mas, será que nos despedimos para sempre dessa gigantesca mancha solar? Ou voltaremos a vê-la? Afinal, o Sol leva cerca de 25 dias terrestres para girar uma vez em seu eixo (no equador; a duração varia consideravelmente de acordo com a latitude), então leva cerca de duas semanas para que muitas características na superfície solar voltem à nossa vista.

“Provavelmente haverá um grande aglomerado de manchas solares ainda lá. Só que pode não ser tão grande ou complexo e raivoso como é agora. De um modo geral, tem sido minha experiência que a maioria deles persistirá por cerca de duas a três semanas muito forte e depois começará a decair, mas não necessariamente”, disse Bill Murtagh, coordenador do Centro de Previsão do Tempo Espacial (SWPC) da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA).

“As tempestades de Halloween são um bom exemplo”, disse ele, referindo-se a uma memorável onda solar do final de outubro de 2003. “A grande região 486 girou em torno do membro, e duas semanas depois estávamos esperando que ela voltasse, e não havia muito para isso. Ela decaiu consideravelmente. Mas, pode acontecer. Estaremos observando de perto”.


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