Alta Floresta - Sábado, 16 Nov 2024

Deputados dos EUA revelam decisões de Moraes e alegam ‘censura’ no Twitter

O Subcomitê Judiciário da Câmara divulgou decisões judiciais sigilosas do ministro do STF sobre contas no X e outras redes sociais

Pedro Spadoni olhar digital

Ministro do STF Alexandre de Moraes (Imagem: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O Subcomitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos divulgou, na noite de quarta-feira (17), um relatório com decisões judiciais sigilosas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. As decisões determinavam a derrubada de contas no X (antigo Twitter) e em outras redes sociais.

Para quem tem pressa:

  • O Subcomitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos divulgou um relatório com decisões judiciais sigilosas do ministro do STF Alexandre de Moraes, que ordenavam a derrubada de contas no X e em outras redes sociais;
  • O relatório acusa o Judiciário brasileiro de “erodir valores democráticos básicos” e “sufocar o debate no país”. As decisões trazem indicações de perfis a serem retirados do ar, algumas sem fundamentação clara;
  • O documento também menciona o embate entre Elon Musk, dono do X, e o ministro do STF. Segundo o parecer, o empresário virou investigado no Brasil por discordar da “censura” do ministro; 
  • Segundo o relatório, quase 150 contas foram suspensas ou removidas no X e outras redes sociais por ordens do STF e do TSE. E cerca de 300 contas estão sob risco de censura no Brasil. O subcomitê – presidido pelo republicano ultraconservador Jim Jordan, associado a Donald Trump – critica o que vê como restrições à liberdade de expressão no país.
  • texto divulgado pelo subcomitê acusa o Judiciário brasileiro de “erodir valores democráticos básicos” e “sufocar o debate no país”. O subcomitê é presidido pelo republicano ultraconservador Jim Jordan, ligado ao ex-presidente Donald Trump.
  • Leia mais:

    A divulgação do relatório ocorre dias após a promessa de Elon Musk, dono do X, de publicar ordens do ministro do STF que, segundo o empresário, violariam leis brasileiras.

    Relatório com decisões de Moraes

    Montagem com fotos de Elon Musk e Alexandre de Moraes
    (Imagens: Frederic Legrand – COMEO e Salty View/Shutterstock)

    relatório produzido pela comissão parlamentar – é como se fosse o relatório de uma CPI – traz como título “O ataque contra liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”. As decisões foram obtidas a partir de intimação parlamentar feita ao X. 

    A maioria das decisões reproduzidas no relatório trazem apenas indicações de perfis a serem retirados do ar – isto é, sem fundamentação para tal. Mas há decisões com explicações jurídicas para a derrubada de perfis. Por exemplo, em relação ao bloqueio da página Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil, a ordem judicial diz: “As condutas noticiadas da entidade ocorreram no contexto dos atos antidemocráticos, nos quais grupos — financiado por empresários— insatisfeitos com o legítimo resultado do pleito.”

    O parecer do subcomitê diz que “alguns governos estrangeiros estão erodindo valores democráticos básicos e sufocando o debate em seus países”. O relatório também cita o embate recente entre Elon Musk e Alexandre de Moraes, afirmando que o empresário passou a ser investigado no Brasil por não concordar com a “censura” do ministro.

    Por isso, a comissão legislativa intimou o X sobre atos do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que configurariam censura, de acordo com o documento. Ainda segundo o relatório, os órgãos ordenaram a suspensão ou remoção de quase 150 contas na plataforma. E o parecer alega que, atualmente, cerca de 300 contas (no X e em outras redes sociais) estão sob o risco de censura no Brasil (via jornal Folha de S. Paulo).


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