Cinco deputados de MT assinam pedido de impeachment contra Lula por comparar Israel a Hitler
Gisela Simona vai se reunir com União Brasil antes de decidir; Emanuelzinho e Juarez não devem assinar
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Cinco deputados federais de Mato Grosso assinam o requerimento que pede o impeachment do presidente Lula (PT) após o chefe de Estado ter comparado a atuação de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto judeu. A lista pode ficar ainda maior, já que a suplente Gisela Simona (União) disse que irá se reunir com o partido antes de decidir pela adesão.
O documento se refere à uma coletiva do presidente durante viagem à Etiópia no último domingo (18) que afirmou que os ataques promovidos por Israel na Faixa de Gaza contra o Hamas são um genocídio semelhante ao Holocausto do povo judeu na Segunda Guerra Mundial. Por causa da declaração, Lula foi considerado "persona non grata" em Israel e só poderá pisar no território caso se retrate.
De Mato Grosso assinam o requerimento os quatro deputados do PL: Abílio Júnior, Amália Barros, Coronel Fernanda e José Medeiros. No entanto, o que chama a atenção é a participação de parlamentares de partido da base do governo. É o caso do Coronel Assis, que, apesar de ser bolsonarista assumido, é filiado ao União Brasil, sigla que compõe o primeiro escalão do governo.
Pode ainda entrar nessa conta Gisele Simona, que é suplente do atual secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia. Ao ser questionada pela reportagem sobre o tema, ela afirmou que assinou um requerimento para que seja feito repúdio da fala de Lula, tendo em vista o discurso ofensivo. No entanto, ela não descarta sua adesão, o que vai depender da reunião com as lideranças do União Brasil.
Por outro lado, não devem se unir ao grupo os deputados do MDB Juarez Costa e Emanuelzinho, não só pelo partido em si, mas pelo fato do filho de Emanuel Pinheiro (MDB) ser vice-líder do governo na Câmara dos Deputados.
Impeachment
O pedido é encabeçado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e já tem 113 assinaturas, a maior parte delas, do Partido Liberal. A expectativa é que o documento seja protocolado nesta terça-feira (20) e tem como base o artigo 5º da Lei 1.079/1950, que fala sobre "cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade".